domingo, 28 de setembro de 2014

golondrina londrina

golondrina
londrina
galanteio menina

me olha assim de soslaio
que sina!

não se esqueça meu bem
meu olho é pouco
poesia fina

a cura
a verdade

me ensina?

quarta-feira, 24 de setembro de 2014

aonde foi se amarrar
minha canção?
onde pois que levo a vida toda
revitalizando o coração

domingo, 21 de setembro de 2014

Tempo


Tempo que rói as ondas
que come as praças e as traças

que cresce as plantas e desabrocha as flores

Tempo que dá à luz aos rebentos
que traz vida aos amores

Tempo que a tudo governa

que faz o tronco ganhar corpo
que faz seus virarem olhos estrelas

Tempo que traz as tempestades e turbulências
que traz a paz e a calmaria

vez de quem perdeu a esperança
brilho no olho da criança

vento que estremece as folhas

relance, trovão, hospedagem
mar agitado, casa de paz

Sagrada espiral da vida

que guarda a memória nas águas de nossas experiências

Tempo amigo, verdadeiro, variante

maré da virada
dessa nau (in)constante

Tempo, rico tempo
que traz a hora certa
de agir e de ser

que traz inconteste a descoberta do viver

sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Se é para o bem


que venha
que seja
que cresça
que creia
que encontre
que veja
que reja
que ganhe
que sinta
que chore
que ria
que chame
que louve
que ore
que sofra
que tenha
que diga
que ande
que viva
que valha
que ouça
que mostre
que dê
que ganhe
que espere
que honre
que queira
que ame

se não é
que vá embora
que já é hora

sábado, 13 de setembro de 2014

superman

eu não preciso ser o superman
para virar um homem

não preciso dar mais de cem
para furar o himen

Eu não preciso ser o He-Man
para eu ser do bem

não venho das planícies de Plutão
não venho ser glutão

de um grito anglosaxão
não quero ser senão
o canto e riso
de quatro moleques belos
em união

de um vasto jardim imperial
eu quero ser o chão

brilhar no sol como metal
mas quero ser perdão

quero o brado simples do Ipiranga
quero esse pendão

mas quero sapos simples
coachando lá no ribeirão

se é pra ser fundamental
eu quero ser o pão

domingo, 7 de setembro de 2014

um olhar


um olhar
nutre

uma luz
que aquece
o ser

o coração que bate
a mão que cria
o fazer

de um coração que pulsa
passa o sangue
em outro

cria-se assim a vida
o ermo saber
é secreto

aventura
cura
flecha no tronco da árvore

seu olhar
cada poesia
um trilho
uma rua de flores
ou desertos
onde há paz?
onde há sede?
onde está a casa de nosso pai?
onde reside a acolhida da nossa mãe?

para dentro de si
o mistério prossegue
vivo
e quente
nas verdades que inexistem
nas mentiras que fogem
do cerne real
da questão

um olhar
casa do amor
do amor que sinto sentir
mas não sei
se sou eu
se é você
se é certo ou ilusão

se somos um
ou imensidão

sexta-feira, 5 de setembro de 2014

Onde foi?

Onde foi que ficou
atrapado meu coração?
onde foi?

No pé de uma amoreira
no meio das frutas
amassadas e pisoteadas

Onde foi?
Onde ficou
enganchado meu coração?

Foi no espinho de uma
roseira vermelha
ou no veludo de uma
violeta branca

Onde ficou?
Onde ficou só o meu coração?

Foi na terra batida
de um caminho
que não voltei a pisar

Foi lá
Foi lá com certeza que ficou
meu coração esquecido
atrasado sou eu
ele bate no ritmo da vida